A Joia da Realeza Francesa
Entre os diamantes mais admirados do mundo, o Diamante Regent ocupa um lugar de destaque não apenas por sua beleza estonteante, mas por sua história que atravessa séculos de glória, revolução e império.
Uma origem misteriosa
O Regent foi descoberto por volta de 1698, em uma mina próxima ao rio Krishna, na Índia, por um escravo que o encontrou em estado bruto com impressionantes 410 quilates. Como em muitas histórias de diamantes dessa época, a descoberta foi seguida por tragédia: o escravo tentou fugir com a pedra, mas foi capturado e morto.
O diamante foi vendido várias vezes até chegar às mãos de Thomas Pitt, governador britânico de Madras (atual Chennai), que o comprou por um valor considerado modesto diante de sua raridade. Pitt o enviou à Europa, onde foi lapidado em forma de almofada, resultando em um brilhante de 140,64 quilates, com lapidação simétrica e brilho excepcional. Ele ficou conhecido por um tempo como Diamante Pitt.
De Londres a Paris
Em 1717, o diamante foi adquirido por Philippe II, Duque de Orléans, regente da França durante a menoridade de Luís XV — daí o nome Regent. A joia foi incorporada às joias da coroa francesa, onde permaneceu por mais de um século.
Napoleão e o poder da imagem
Napoleão Bonaparte, consciente do poder simbólico das joias, mandou incrustar o Regent em sua espada de coroação, usada em 1804. O gesto visava reforçar a imagem de grandeza do novo imperador, conectando-o à antiga realeza francesa. Após sua queda, o diamante foi devolvido à coroa.
Da Revolução ao Louvre
Durante a Revolução Francesa, o Regent foi roubado junto com outras joias da coroa, mas felizmente recuperado anos depois. Passou por diferentes usos, ornando coroas e tiaras de imperatrizes como Eugénie, esposa de Napoleão III.
Desde 1887, quando a Terceira República Francesa assumiu o controle das joias reais, o Diamante Regent permanece como uma peça de exibição nacional. Hoje, ele pode ser admirado no Museu do Louvre, em Paris, como parte da coleção permanente de gemas históricas.